quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Executivo Pobre - Como Cheguei Até Aqui ? (Parte I)

Ola pessoal - tudo bem ? Seguindo a sugestão do colega Soldado do Milhão, eu decidi fazer uma postagem falando um pouco da minha trajetória profissional ate o momento. A ideia é falar um pouco do inicio como estagiário (sempre a fase mais dificil), depois como eu fui evoluindo ate chegar ao meu cargo atual. Além disso, falar um pouco também das ajudas que tive, do networking que me trouxe possibilidades, das puxadas de tapetes e inimigos que colecionei na trajetória; ou seja, essas coisas comuns do mundo corporativo.

Estagiário (14 - 16 anos) - R$ 100,00 / mês: eu acredito já ter comentado em alguma postagem, mas eu iniciei minhas atividades como estagiário em uma industria metalurgica. Aqui vem o primeiro acerto que eu considero na carreira que foi ter feito um curso de mecanica geral no SENAI - na verdade nao foi um acerto meu, mas sim do meu pai. Eu nao queria fazer o curso, nao me sentia atraido ou motivado para trabalhar na industria e ainda tinha o sonho de tentar ser jogador de volleyball. Meu pai disse que eu poderia jogar o quanto quisesse desde que eu aprendesse uma "profissão de verdade" (palavras dele). Acabou que ele me obrigou a fazer o curso e eu agradeço muito a ele por isso. 

Quando eu finalizei o curso, uma empresa abriu um processo de seleção para estagiários e meu professor do SENAI enviou uma carta de recomendação da empresa indicando tres alunos, sendo que eu era um deles. Apesar de eu nao gostar muito do curso, meu pai sempre me obrigou a tirar boas notas - isso sempre foi uma questão de honra para ele e acabou passando isso para os filhos. Com essa carta de recomendação eu acabei sendo contratado e comecei minhas atividades. Trabalhava seis horas por dia e aprendi bastante nessa empresa.

No final do periodo de estágio, a empresa informou que nao poderia "contratar/efetivar" os tres estagiários que tinha na area. Eles falaram que ficariam com dois e sabendo que haveria uma eliminação, eu comecei a prestar bastante atenção para mostrar que eu poderia fazer mais do que minha atividade de estagiário e que deveria ser contratado. Finalmente, teve um dia que um lote inteiro da produção saiu com dimensões erradas e isso exigiria um retrabalho das peças e alguem teria de inspecionar as peças para garantir que finalmente estavam aprovadas para mandar para o cliente. Na hora eu me ofereci para ficar e inspecionar as peças - mas meu chefe disse que o retrabalho só ficaria pronto perto das 21:00 horas, então ele agradeceu mas disse que eu nao poderia ficar por ser horário noturno. 

Naquela noite eu fui para escola e quando deu o intervalo, eu sai da escola e fui para empresa. Entrei na portaria e fui diretamente ao chão de fabrica onde estavam inspecionando. Meu chefe me viu e perguntou porque eu estava lá. Eu disse que queria colaborar para a gente nao perder a entrega para o cliente (mas na verdade eu queria era mostrar que eles podiam contar comigo e me contratarem). Meu chefe me agradeceu e disse novamente que eu nao poderia ficar lá. Eu voltei então para escola e depois fui para casa. Resumindo bastante, depois de dois meses chegou o momento de decidirem quem eles iam efetivar e eu acabei sendo um dos contratados. Meu chefe depois me disse que a minha iniciativa em ter ido até lá mesmo ele já tendo me dispensado do trabalho foi o que marcou para ele me contratar.

Entao, o que posso ressaltar nessa experiencia foi o inicio da percepção de que nao basta fazer um bom trabalho. Também é necessario criar uma imagem profissional no ambiente de trabalho - as pessoas tem de ter uma boa percepção da qualidade do seu trabalho e da sua postura.


Profissional Tecnico (16-18 anos) - R$ 380,00 / mês: logo que fui efetivado o meu salário aumento bastante - de R$100 para R$380 / mês. Apesar de ser um aumento importante, obviamente ainda era um salário muito baixo e eu passei a trabalhar periodo integral. Aos poucos, as responsabilidades foram aumentando, mas eu estava focado em aprender e estudar para faculdade. Nesse periodo eu tive duas decepções no mundo corporativo.

A primeira foi que o sindicato apareceu na empresa e verificou que as pessoas ganhavam menos do que o piso salarial para algumas funções. O salário do pessoal aumentou para R$420,00/mês - mas o meu salário nao foi alterado. Quando eu fui perguntar o motivo do meu salário nao ter sido alterado me disseram que eu ja tinha ganha um aumento grande e que meu cargo era tecnico (nao era um profissional completo) e que devia me dar por satisfeito com esse trabalho. Lembro que nesse dia eu fiquei muito revoltado - mas continuei trabalhando porque meu pai estava doente na epoca e eu ajudava nas contas de casa.

Deixei essa primeira decepção de lado, continuei trabalhando e estudando para entrar na faculdade. Nessa mesma época entrou na empresa um "supervisor" para a area. Esse era um cara muito arrogante e que se achava melhor do que os outros porque o pessoal ali era novo e ela ja tinha experiencia de ter trabalhado em uma grande industria. Esse cara nao era meu chefe mas pegava muito no meu pé: queria saber que horas eu ia almoçar, o que estava fazendo, os projetos da semana, os relatórios e tudo o mais. Eu simplesmente ignorava ele, mas por dentro eu ficava muito nervoso. 

Um dia estavamos em um grupo de amigos falando sobre as universidades e cursos que gostariamos de fazer e esse "supervisor" chegou se intrometendo no assunto. Perguntou o que cada um ia fazer e nao perdeu a oportunidade de debochar de todos dizendo que nao tinhamos competencia para entrar em uma faculdade ou coisa assim. No meu caso era um pouco pior porque eu teria de fazer faculdade publica ja que meu pai estava doente e nao teria como pagar um faculdade particular. Quando um colega disse que eu iria tentar uma faculdad publica na região - esse cara olhou para mim e disse: "Olha EP - voce nao tem capacidade de passar em um vestibular de faculdade publica. Melhor nem gastar o dinheiro da inscrição. Se conforma que voce vai ficar com seu curso de SENAI e ja esta empregado e tem salário - então tem que agradecer. E eu ainda vou ser seu chefe, então voce vai aprender como trabalha de verdade".

Me segurei para nao falar meia duzia de palavrões e mandar esse cara para um lugar nao muito confortável; mas aquilo serviu como impulso para eu estudar mais e, quando chegou o resultado do vestibular, eu havia passado em 10° lugar para Engenharia Mecanica. Naquele dia cheguei mais cedo no trabalho só para ver a cara dele - todo mundo me dando parabens, o diretor da fabrica me pagou um churrasco, mandou fazer uma faixa e colocou lá na produção ... e eu só esperando o camarada chegar. Coincidentemente ele nao veio trabalhar naquele dia.

Então, eu fiz uma vaquinha com outros colegas que passaram no vestibular e compramos 60 jornais do dia (antigamente os resultados dos vestibulares das faculdades publicas saiam nos jornais com uma lista de aprovados); marcamos a pagina e os nomes dos aprovados e enviamos um jornal por dia para casa dele para ele lembrar pelos proximos dois meses que eu havia sido aprovado. Também perguntei ao diretor da fabrica se podia colocar a faixa na sala onde eu trabalhava em vez de deixar na produção - ele autorizou e pedi para colocarem exatamente na parede que ficava a mesa dele para ele ver todo dia. O diretor deixou a faixa uns 90 dias por lá.

Nesse periodo eu aprendi também que tem pessoas que querem que voce nao consiga atingir seu objetivo. Eles nao ganham nem perdem nada com isso, mas simplesmente nao suportam ver alguem feliz ou atingindo metas. O fato da pessoa nao conseguir algo que tinha planejado, por algum motivo faz bem para o ego dessas pessoas. Temos de tomar muito cuidado com esses caras.

Na sequencia, eu comecei a realizar funções cada vez mais importantes e nada de ter um aumento. Nessa epoca meu pai me chamou, me entregou a minha carteira de trabalho e disse para eu ir pedir demissão porque nunca seria reconhecido naquela empresa. Comentei da nossa situação financeira e ele me disse: eu sou seu pai, um prato de comida e teto nunca vai te faltar. Agradeço a sua ajuda mas nao tive filho para ser explorado. Vai lá e sai fora dessa empresa.

Nunca fui tão feliz trabalhar - cheguei lá, chamei meu chefe e pedi demissão. Fui embora aliviado.


Profissional Junior (18 - 22 anos) - R$ 1.200,00 / mês: depois que sai dessa empresa, eu comecei a enviar curriculos e tentar agendar entrevistas. Enquanto nao aparecia nada, eu comecei a trabalhar de garçom e pintor para levantar um dinheiro. Depois de alguns meses, outra empresa da cidade me chamou para trabalhar como projetista junior e me ofereceu um salário compativel com o mercado na epoca. Fiquei muito feliz, porque se nao fosse o empurrão do meu pai eu ainda estaria na empresa anterior ganhando muito menos. Comecei a aprender com um engenheiro mais experiente que tinha por lá e mantinha meus trabalhos como pintor e garçom em paralelo para poder fazer um pouco mais de dinheiro. Nessa empresa eu aprendi bastante e o ambiente era muito legal. Comecei a trabalhar direto com o dono projetando um veleiro para o uso pessoal dele. Depois acompanhei a fabricação e ainda nos convidou para o batismo da embarcação e fomos velejando de São Paulo a Angra dos Reis. Acho que foi a primeira vez que vi o resultado prático do meu trabalho e aquilo me motivou muito.

Lembro que um dia nessa empresa eu fiz uma grande burrada. Eu misturei dois projetos de clientes e acabei produzindo os dois projetos errados. A menina do Departamento de Vendas veio e falou um monte de besteira para mim - disse que eu incompetente, que era limitado e que nunca ia conseguir fazer um projeto direito (ela nao sabia que eu estava fazendo o projeto do veleiro para o dono). Nessa epoca eu ja era um pouco mais velho e ja tinha mais confiança e menos tolerancia para ofensas. Eu falei para ela que aqueles projetos pagavam o salário de todos na empresa, inclusive o dela. Então se ela tivesse uma solução para o problema eu ficaria feliz em ouvir e se ela nao tivesse a solução para o problema e estava ali somente para apontar o erro, ela podia ir embora e tentar vender um pouco porque nos ultimos dois meses eu nao tinha recebido nenhum projeto que ela tivesse vendido e eu precisava consertar aquilo para ela receber salário no final do mes.

Quando eu falei essas coisas ela ficou muito nervosa e foi embora. Passou umas horas e veio um camarada da produção tirar satisfação do porque eu tinha sido mal educado com a mulher dele. Rapaz - a mulher era esposa de um cara gigante. Pensei na hora que eu ia apanhar ate nao aguentar mais; mas por incrivel que pareça o cara foi super gente boa. Eu expliquei para ele a situação e ele falou que a mulher dele, as vezes, era muito mal educada mas eles estavam com um problema com a filhinha deles em casa e que eles precisavam muito daquele dinheiro do projeto (recebiamos bonus se entregar antes do prazo). Eu pedi desculpas e expliquei para ele que eu, obviamente, nao havia errado de proposito e estava fazendo o maximo para corrigir o erro o mais rapido possivel. O cara ainda se prontificou a ficar ate mais tarde e me ajudar com o que fosse preciso. Esse cara era muito gente boa e me ajudou a entender que as vezes algumas pessoas tem comportamento ruim no trabalho (te tratam mal ou sao mal educadas) como reflexo de nao suportarem a pressão de alguma outra coisa que esta ocorrendo (no caso deles era o problema com a filha).

Também nessa epoca eu comecei a viajar bastante para prestar serviços de pós venda. Normalmente eram tres pessoas na equipe: um tecnico mecanico, um tecnico eletronico e eu. Tenho muitas histórias dessas viagens porque isso envolvia entrar em locais considerado perigosos para fazer algumas manutenções de instalações.

Mas foi também nessa época que eu finalmente conclui minha graduação. Na materia final havia um professor que era famoso por reprovar a maior parte da turma. O camarada só tinha aquela aula na faculdade e se esforçava ao maximo para dificultar as coisas - em uma turma de 28 a 30 alunos que chegavam na ultima materia, ele aprovava entre 2 a 5 pessoas. Nunca aprovou mais do que isso e os alunos viviam reclamando na secretaria e protocolando pedidos de revisao, mas isso mais atrapalhava do que ajudava a conseguir alguma coisa.

No dia que saiu as notas finais dessa materia, tres amigos e eu haviamos sido aprovados. Foi uma alegria geral e combinamos de comprar bebidas para comemorar no dia seguinte. Meu avo me arrumou uma garrafa de conhaque, um colega levou vodca e outro levou um whisky muito ruim. Começamos a comemorar e, como ja era esperado, ficamos bebados. A faculdade nao permite bebida dentro do campus e existe punições para quem for pego com drogas ou alcoolizado. Como nao tinhamos muito juizo, acabamos entrando na aula mesmo embriagados. Sentamos lá no fundo da sala e ficamos quietos. Lá pelo meio da aula o professor fez uma pergunta e o colega respondeu - todo mundo começou a rir porque a voz dele saiu toda pastosa ... bebado mesmo. O professor foi camarada e disse: eu vou fazer de conta que nao vi voces aqui hoje. Saiam da aula, eu nao vou dar presença mas também nao vou levar esse assunto de voces estarem bebados para a secretaria. Sumam daqui e eu nunca vi voces.

Saimos correndo da aula e fomos para um local mais tranquilo no campus. Ate que comecei a passar mal e me deu vontade de vomitar. Pedi para um colega me ajudar a ir no banheiro. Fomos no banheiro mais proximo que era no predio da administração - com isso, quando estava quase chegando eu senti o estomago revirar e fiquei tentando segurar a vontade de vomitar - ate que chegou uma hora que nao deu mais. Acabei vomitando no corredor (antes de chegar ao banheiro) e foi uma confusao só. As meninas cheias de nojo e gritando, meu amigo bebado começou a vomitar porque me viu vomitando, a faxineira gritando que a gente era um bando de vagabundo fazendo bagunça e chamando a secretaria. No meio da confusao, outros amigos apareceram com o carro e levaram eu e meu amigo para fora do campus - nessas horas que a gente percebe quanto vale um amigo de verdade.

No dia seguinte esse era o assunto na faculdade. O pessoal dizendo que eu tinha sido o personagem que havia vomitado e meus amigos falando que nao era eu; que eu nem tinha vindo na aula no dia anterior. Acabou que o coordenador do curso e o reitor chamou para uma conversa e, obviamente, negamos que estivessemos nessa confusao e falamos que a faxineira havia se confundido. O reitor ameaçou suspender a sala toda se ninguem falasse quem foi ... e por incrivel que pareça, apareceu quatro colegas falando que tinha sido eles. Como o reitor sabia que nao havia sido os quatro, ele percebeu que a galera estava mentindo e ia proteger o camarada (no caso, eu e meu amigo) até o final. Acabou que nao aconteceu nada mais grave, exceto na colação de grau quando fui pegar o diploma e o reitor me falou: "eu sei que foi voce - sorte que voce tem amigos. Pega o diploma e ve se nao faz mais burrada por ai"

Essa foi a história que mais me marcou na faculdade e ate hoje esse assunto volta na roda de amigos. Isso mostra duas coisas - a primeira é que por uma atitude inconsequente (ir para a faculdade bebado) eu poderia ate ter sido expulso e prejudicar a minha vida de maneira muito seria. A segunda coisa é que voce percebe quem sao seus amigos na hora do sufoco - algumas pessoas que eu nem conhecia direito me ajudaram a sair da faculdade. O pessoal era grato porque eu ajudava todo mundo nos estudos, nos trabalhos, nas provas, etc... Claro que muitos me ajudavam também, mas eu nunca neguei ajuda e isso me valou ser bem popular entre a turma. Esse é o tipo de networking que começa a valer a pena, apesar de eu ter tomado uma atitude muito burra e arriscado minha graduação.


Profissional Pleno (22 - 26 anos) - R$ 2.800,00 / mês: depois da minha graduação, eu comecei a procurar empregos mais qualificados em busca de um salário melhor. Passei em uma entrevista em uma empresa multinacional e comecei a trabalhar por lá. O trabalho era simples e a remuneração era bem maior do que a anterior, além de ter outros beneficios. Ja nessa epoca, eu conheci a Sra EP e começamos a namorar. Também comprei meio primeiro carro - um Scort 82. No primeiro dia que fui sair com a Sra EP como namorado oficial (ja havia ido a casa dela e falado com os pais), combinamos de ir a uma balada em uma regiao bacana da cidade. E lá fomos nós - eu, a Sra EP e meu carro velho. Acabou que meu carro quebrou no meio de uma avenida bem movimentada. Eu quase morri de vergonha e nao sabia o que fazer - e a Sra EP só dando risada. Ai, de repente, ela falou para eu esperar um minuto. Tirou o sapato de salto e desceu do carro. Quando percebi ela estava la atras do carro para empurrar. Na hora desci também e fui empurrando ali pela porta do motorista. O pessoal fazendo um monte de piadas e ela nem ligando. Nessa hora eu ja percebi que ela era uma menina bacana e que valeria a pena continuar com ela.

As coisas no trabalho foram tranquilas e quando estava já alguns anos na empresa,meu chefe me chamou para falar de uma promoção. Disse que eu estava fazendo um bom trabalho e ia me promover - isso foi perto da epoca do meu casamento. Então uma promoção ia ser muito bem vinda. Só que os meses foram passando, eu casei, continuei trabalhando e nada da promoção. Cerca de seis meses depois eu cobrei meu chefe sobre a promoção e ele disse que estava saindo no proximo mes. Passou mais tres meses sempre com a mesma conversa e a promoção nao chegava. Ate que finalmente, ele me chamou em uma sala, me entregou uma carta e disse parabens pela promoção, voce fez por merecer. Eu agradeci e fiquei feliz. Quando cheguei na minha mesa e abri a carta eu nao acreditei - a promoção era um aumento de R$120,00 - ou seja meu salário iria passar de R$2.800 para R$2.920, ou seja, 4,1% de aumento. Fiquei revoltado porque os colegas que eram promovidos levavam de 20 a 30% de aumento naquela epoca.

Nesse momento eu percebi que apesar de excelentes avaliações eu nao seria promovido porque havia uma fila "informal" para a promoção dos amigos do chefe. Eu ja estava lá há muito tempo e nao tinha me tornado amigo do chefe, logo eu percebi que era carta fora do baralho. Comecei entao a procurar outro emprego, mas mandava muitos CV e nao tinha quase nenhum retorno. Quando aparecia entrevistas, ainda eram empresas oferecendo remuneração muito baixa e exigindo milhares de qualificações. Continuei mandando CV por um bom tempo e sem nenhum resultado concreto. Até que um amigo meu recebeu uma oferta de emprego de outra empresa, ele aceitou e quando chegou por lá, disseram que precisavam de outro profissional e ele me indicou.


Vou terminar essa postagem por aqui porque ja ficou bastante longa e continuo com esse relato na proxima postagem.

Um grande abraço,

56 comentários:

  1. SENAI sempre foi bem visto vários amigos fizeram e estão bem!!! é o impulso inicial. Aqui no estado de São Paulo também temos a ETE (hoje ETEC), que é uma escola técnica estadual, na minha época era até mais concorrido que o SENAI, pois a ETE era colégio técnico, você se formava no Segundo Grau e no Técnico ao mesmo tempo, me deu um baita impulso, meu primeiro emprego foi graças a eu ter passado e estudado em uma ETE.

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    1. Farmaceutico Investidor14 de dezembro de 2017 às 15:15

      Muito boa a historia do EP! Em relação ao Senai, concordo com a opinião do colega acima; o Senai e outras escolas técnicas realmente mudam a visão da molecada. Conforme fui ganhando a tranquilidade financeira, abandonei as agruras do mundo corporativo e fui trabalhar lá na área de Inovação (sim, professores e alunos também criam projetos e alguns muito interessantes!). Vale a pena ver a maturidade dos alunos e a dedicação dos mesmos.

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    2. Como será que anda a qualidade das ETEs hoje?
      No meu tempo o Senai era mais valorizado e creio que continua assim.

      Com relação a esposa do EP: Mulher que tira o salto pra empurrar o carro velho do namorado é pra casar mesmo.
      Mas seu Escort era 92, acho que não tinha escort em 82, mas isso são apenas detalhes de pouca importância. Que venha a parte 2.

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    3. Farmacêutico Investidor14 de dezembro de 2017 às 21:06

      Não convivo tanto com os alunos (não sou professor), mas me surpreende o fato de que muitos tccs se transformam em projetos, com pitches e canvas. Talvez o ponto que desanime um pouco seja a influência dos políticos lá, mas acho que o saldo final ainda é positivo.

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    4. Fiz Mecânica de usinagem dois anos no SENAI, com a mesma idade que o EP tinha quando fez. Pena que sempre fui cagão e além de não entender (e não gostar de) nada de mecânica, morria de medo de fazer alguma merda no torno, na fresa...Não sei nem bater um prego ou trocar uma tomada, mas fiquei lá dois anos fazendo o curso. Eu recebia pra isso e meu salário de aprendiz ajudava muito em casa, até uma cesta básica ganhava pra alegria da minha mãe...

      Mas realmente, pra quem tem sangue nos olhos e realmente GOSTA do que vai fazer lá dentro, o SENAI é uma puta escola, estrutura ótima, tudo que vc precisa de ferramentas, maquinário etc vc tem à mão. O dinheiro das indústrias entra muito forte ali, e era um abismo quando eu comparava a diferença na época da estrutura da escola SENAI com a escola estadual na qual eu fazia o Ensino Médio...

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  2. Que história legal, EP!

    Acredito muito também que devemos alçar sonhos grandes porém devemos ter um plano B para caso tudo dê errado. Seu curso no SENAI acabou guiando seu caminho.

    Parabéns!

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    1. Ola Enriquecendo - é isso mesmo. O Senai sempre me ajudou com experiencia para uma profissao com demanda em qualquer lugar do mundo. Mesmo paises nao industrializados precisam dos seus tecnicos para as oficinas basicas.

      Um grande abraço,

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  3. Rapaz, você casou para ter uma auxiliar de mecânica?rssss

    Mulheres assim, que passsam pela dureza, ajudam o homem.

    Agora é batalhar pelo milhão de dólares, depois pelos 5 milhões.

    Aporte e honra.

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    1. Ola anon - eu nao comento muito sobre relacionamento por aqui. Acho que esse é um tema que sempre gera uma polemica desnecessária - mas nao tenho do que reclamar da minha esposa. Sempre que precisei ela me ajudou desde a epoca do namoro. Quando ela ganhou um carro (usado) do pai dela, a primeira coisa que fez foi vender e ajudar a comprar os moveis do apartamento.

      Acho que estamos construindo um bom patrimonio juntos - o negocio é manter as metas e ir aportando e aproveitando as oportunidades.

      Um grande abraço,

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  4. Fiz SENAI também. Automação Industrial. Infelizmente não consegui nenhum estágio na época em que me formei. Mas foi importante pra definir meu horizonte dali pra frente...

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    1. Ola IW - tudo bem ? Voce fez um curso bem interessante no Senai, pena nao ter dado sequencia em estágio - mas isso é assim mesmo. O estagio aqui no Brasil serve mais como mao de obra barata do que tempo de aprendizado e formação de profissional. No meu caso, o Senai também foi mais do que uma simples escola e me ajudou a trilhar caminhos mais interessantes.

      Um grande abraço,

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  5. Excelente história, EP.

    Fico no aguardo da segunda parte.

    Forte abraço!

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    1. Ola TR - tudo bem ? Irei postar a segunda parte ainda essa semana.

      Um grande abraço,

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  6. Muito interessante a sua trajetória, é importante relembrar as batalhas da vida - tanto as vitórias quanto as derrotas - pois cada uma delas deixa marcas que constroem a nossa personalidade.

    Infelizmente ao longo do tempo nos deparamos com pessoas altamente tóxicas e danosas, como o caso do "supervisor". Por outro lado existem pessoas que sem esperar nada em troca nos ajudam bastante e de forma surpreendente, como o caso das pessoas na faculdade.

    Minha teoria é que a distribuição das pessoas são como uma curva ABC: 80% das pessoas são indiferentes a você, 15% das pessoas querem te ajudar e 5% das pessoas querem te derrubar.

    A minha vida também foi mudada por conta de um curso técnico que fiz no Cefet. Engraçado pensar que se caso o seu pai não tivesse te imposto a realização do curso no SENAI, a sua história poderia ser totalmente diferente.

    Abraço, que venha a parte 2.

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    1. Ola ES - tudo bem ? Eu concordo com tudo o que disse, exceto a teoria da distribuição na curva ABC. Talvez tenha sido um pouco de azar meu em minha trajetórias, mas infelizmente encontrei uma grande maioria de pessoas nao confiaveis do que o contrario.

      Um grande abraço,

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  7. Olá Executivo!

    Gostei de ler a parte 1 da sua história.

    No aguardo da parte 2.

    Abraço!

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    1. Ola Alemao - tudo bem ? Pretendo fazer apostagem da segunda parte da minha trajetória ainda essa semana.

      Um grande abraço,

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  8. POST lindo de se ver, leitura gostosa... Continue nesses tópicos com idade e valores que ficou incrível, tenho 21 anos porém não segui uma trilha tão boa assim e hoje sou vendedor salário bom mas sem possibilidade de crescimento mas pretendo ir atrás d alguma graduação

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    1. Ola Possebon - tudo bem ? As trajetorias sao muito relativas - eu tenho colegas de faculdade que estao em postos mais altos e ganhando muito mais, mas tenho outros que estao em situação contraria.

      Infelizmente, para concorrer no mercado hoje é necessario graduação. Mesmo que voce nao aprenda nada na faculdade, as empresas filtram os candidatos e graduação passou a ser basico para vagas com maior remuneração. Te desejo sorte nos seus estudos.

      Um grande abraço,

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  9. Vou resumir meu comentario para o post anterior e este: Sensacional. Abraços

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  10. Você tinha um alicerce bom: a família. Isso é tudo para uma pessoa.

    Agora para um cara que nem eu que é desacreditado por todo o mundo e corre o risco de trabalhar o resto da vida só para sustentar mãe e o irmão deficiente o cenário é desesperador. E o pior, quando a mãe só exige, não apoia, não incentiva. Nem parentes.

    Penso em tirar minha própria vida. Pois tudo que planejo e faço para essa situação tem um empecilho. Só não me suicido logo porque tenho medo de dar errado e ficar acamado. Só eu sei o que eu passo. E como não é nada fácil, nada, nada.

    Toda história motivacional de alguém que saiu da pobreza tem: "Meu pai me incentivou", "Minha mãe me incentivou", "Minha família me incentivou, me ajudou". Aqui em casa minha mãe está mais preocupada se a personagem da novela se dá bem do que o próprio filho.

    Nunca vi ninguém que era pobre e tinha uma relação complicada com a família sai da pobreza. Se souber diga exemplos para mim. Ler histórias de sucesso me deixa desesperado pois nenhuma parece com a minha. Rezo (se Deus existir mesmo) todas as noites para morrer dormindo, pois parece que quanto mais eu planejo e tento mais eu fracasso.

    Eu não queria ser rico ou independente financeiro, só uma vida normal. Com o conforto espiritual e material que eu nunca poderei ter.

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  11. Você tinha um alicerce bom: a família. Isso é tudo para uma pessoa.

    Agora para um cara que nem eu que é desacreditado por todo o mundo e corre o risco de trabalhar o resto da vida só para sustentar mãe e o irmão deficiente o cenário é desesperador. E o pior, quando a mãe só exige, não apoia, não incentiva. Nem parentes.

    Penso em tirar minha própria vida. Pois tudo que planejo e faço para essa situação tem um empecilho. Só não me suicido logo porque tenho medo de dar errado e ficar acamado. Só eu sei o que eu passo. E como não é nada fácil, nada, nada.

    Toda história motivacional de alguém que saiu da pobreza tem: "Meu pai me incentivou", "Minha mãe me incentivou", "Minha família me incentivou, me ajudou". Aqui em casa minha mãe está mais preocupada se a personagem da novela se dá bem do que o próprio filho.

    Nunca vi ninguém que era pobre e tinha uma relação complicada com a família sai da pobreza. Se souber diga exemplos para mim. Ler histórias de sucesso me deixa desesperado pois nenhuma parece com a minha. Rezo (se Deus existir) todas as noites para morrer dormindo, pois parece que quanto mais eu planejo e tento mais eu fracasso.

    Queria morar em uma casa com ar-condicionado, usar boas roupas, ter um carro, uma cama confortável, uma geladeira cheia, tomar banho de chuveiro.
    Uma Vida Normal.

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    1. Anôn, não se deixe levar por pensamentos assim. Como o outro anônimo falou aí em baixo, dê o seu melhor sempre, cuide da sua mãe e do seu irmão.

      Ignore negatividades, siga acreditando que essa vida normal que você tanto quer é possível e alcançável.

      Não vivemos numa monarquia absolutista ou numa ditadura ferrenha que impeça pessoas de buscarem o melhor. Portanto continue correndo atrás que uma hora se sucesso vai chegar.

      Você disse que pede a Deus toda noite, então peça pra ele força e ânimo, peça pra te sustentar nessa FASE difícil da sua vida. Todos, TODOS, enfrentam problemas. Jesus disse: "No mundo passarei por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo."

      Se você reza, crê (ainda que de maneira sutil) que ele existe. Se você der essa chance a ele e acreditar, terá forças para passar por toda essa dificuldade.

      Mesmo sem te conhecer, vou interceder por ti.

      Estamos aqui para ajudarmos uns aos outros.

      Um grande abraço, e que Deus te abençoe.

      Diário

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    2. Anon - tudo bem ? Eu acredito que os nossos problemas parecem sempre maiores do que os dos outros. Mas tenha certeza que tem muitas pessoas em situações muito mais dificeis do que a sua (vitimas de desastres naturais, vitimas de paises em guerra, etc...). Temos de procurar ajuda, mesmo que seja atraves de um psicologo para encontrarmos as motivações necessárias para seguirmos em frente.

      Boa sorte para voce e um grande abraço,

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    3. DP - tudo bem ? Excelente mensagem. Faço minhas as suas palavras.

      Um grande abraço,

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    4. Anom 14 de Dezembro 21:59

      Também não tive uma infância fácil, no meu caso meu pai bebia e agredia minha mãe e ela por sua vez agredia a mim e meus irmãos. Eles se separaram, meu pai não deu mais notícias no mundo e minha mãe se casou de novo e passou a dar mais atenção ao marido que os filhos. Ele era preguiçoso, colocava defeito em toda oferta de emprego que surgia e ela ainda sustentava ele com o pouco que ganhava, muitas vezes nos deixando sem roupas novas, brinquedos, passeios, comida. Na adolescência eu passei a discordar dessa situação e começamos a brigar muito. Ela não enxergava que o próprio marido só a deixava em situação financeira dificil e semeava discórdia na família. Pior que meus irmãos também voltaram-se contra mim, pois amavam o "novo pai".
      Eu passei em fazer ao máximo para sair da situação, estudar era o jeito. Na minha época era bem mais difícil, a escola era longe e dinheiro para material eu não tinha. Dependi muito de ajuda alheia, tinha muita vergonha, mas não tinha outro jeito. Estudei muito, não perdi uma oportunidade de trabalho, fui o primeiro da minha família a ingressar no ensino superior - minha família pouco valorizou essa conquista. Mas muitas pessoas de fora e até estranhos me elogiaram, e isso me deixou muito feliz. Vi que havia pessoas que se importavam comigo, mesmo sem ser da minha família. Não sei você mais eu sempre tive uma habilidade de me expressar bem, tinha mais facilidade de falar com adultos do quê pessoas da minha idade. Isso me ajudou muito, as pessoas se perguntavam como um jovem com tão pouca instrução conseguia conversar assuntos tão cultos. Eu também lia muito, procurava entender o contexto das coisas.
      Me formei sem reprovar nenhuma matéria na faculdade, mesmo sendo um curso difícil e tendo que conciliar trabalhos e estudos. Ninguém da minha família foi na minha cerimônia de colação de grau, pois meu padrasto estava doente, e isso me deixou arrasado pois ia fazer o discurso, desisti na hora e comecei a chorar, ninguém entendia o porquê da minha família fazer aquilo comigo. Mas naquela noite eu descobri que tinha amigos de verdade. E vi que não podia mais ter mais esperanças da minha família realmente se importar comigo. Na hora que chamaram meu nome recebi uma salva de palmas de minutos, aquilo foi inesquecível.
      Fui aprovado e chamado em um concurso público que pagava muito bem, e rapaz, tudo que eu passei me fez ficar tão forte que hoje poucas coisas me desestabilizam ou me fazem chorar. Depois fui para um cargo público melhor ainda onde estou até hoje. Tenho casa, carro, viajo muito, sou uma pessoa bem sucedida, casei com uma mulher que realmente me ama, pois ela me conheceu lá na época que eu sofria muito e foi uma das poucas pessoas que me incentivavam.

      Quem me vê hoje não imagina o sofrimento que passei para chegar até aqui. Na minha cidade natal tenho amigos que também sempre colocaram esperança em mim e agradeço muito, já outros faziam questão de me humilhar, me ignorar, me diminuir, quando eu era pobre, hoje e dessas pessoas o que eu quero é somente distância

      Estude, trabalhe jovem, pois a salvação para quem é pobre e estudo e trabalho. Lute com as armas que tem. É dolorido mesmo não ter apoio da família, até hoje uma das poucas coisas que me entristecem é o dia das mães ou dos pais, mas você pode ter outras pessoas que gostem de você, amigos do peito, futuramente uma esposa amorosa e compreensível como eu tenho, e até filhos. Eu falo com minha família mais por educação, ajudo eles, mas não sustento, tenho irmão que me odeia pois eu não sou idiota de sustentar adulto que não quer trabalhar, só viver em festa. Eu por exemplo tenho meu sogro como um pai e admirava muito minha sogra que já infelizmente já faleceu. Mas respeite sua família, nunca perca a paciência e a razão, elas são a chave para o sucesso.

      Sucesso e boa sorte para você, um dia chegará no topo, com certeza. Tenha fé em Deus e em você mesmo. Um dia você vai contar sua história igual o EP faz, eu estou fazendo e outros blogueiros, e muitos vão aplaudir de pé.

      Jorge.

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    5. Anom 14 de Dezembro 21:59

      Também não tive uma infância fácil, no meu caso meu pai bebia e agredia minha mãe e ela por sua vez agredia a mim e meus irmãos. Eles se separaram, meu pai não deu mais notícias no mundo e minha mãe se casou de novo e passou a dar mais atenção ao marido que os filhos. Ele era preguiçoso, colocava defeito em toda oferta de emprego que surgia e ela ainda sustentava ele com o pouco que ganhava, muitas vezes nos deixando sem roupas novas, brinquedos, passeios, comida. Na adolescência eu passei a discordar dessa situação e começamos a brigar muito. Ela não enxergava que o próprio marido só a deixava em situação financeira dificil e semeava discórdia na família. Pior que meus irmãos também voltaram-se contra mim, pois amavam o "novo pai".
      Eu passei em fazer ao máximo para sair da situação, estudar era o jeito. Na minha época era bem mais difícil, a escola era longe e dinheiro para material eu não tinha. Dependi muito de ajuda alheia, tinha muita vergonha, mas não tinha outro jeito. Estudei muito, não perdi uma oportunidade de trabalho, fui o primeiro da minha família a ingressar no ensino superior - minha família pouco valorizou essa conquista. Mas muitas pessoas de fora e até estranhos me elogiaram, e isso me deixou muito feliz. Vi que havia pessoas que se importavam comigo, mesmo sem ser da minha família. Não sei você mais eu sempre tive uma habilidade de me expressar bem, tinha mais facilidade de falar com adultos do quê pessoas da minha idade. Isso me ajudou muito, as pessoas se perguntavam como um jovem com tão pouca instrução conseguia conversar assuntos tão cultos. Eu também lia muito, procurava entender o contexto das coisas.
      Me formei sem reprovar nenhuma matéria na faculdade, mesmo sendo um curso difícil e tendo que conciliar trabalhos e estudos. Ninguém da minha família foi na minha cerimônia de colação de grau, pois meu padrasto estava doente, e isso me deixou arrasado pois ia fazer o discurso, desisti na hora e comecei a chorar, ninguém entendia o porquê da minha família fazer aquilo comigo. Mas naquela noite eu descobri que tinha amigos de verdade. E vi que não podia mais ter mais esperanças da minha família realmente se importar comigo. Na hora que chamaram meu nome recebi uma salva de palmas de minutos, aquilo foi inesquecível.
      Fui aprovado e chamado em um concurso público que pagava muito bem, e rapaz, tudo que eu passei me fez ficar tão forte que hoje poucas coisas me desestabilizam ou me fazem chorar. Depois fui para um cargo público melhor ainda onde estou até hoje. Tenho casa, carro, viajo muito, sou uma pessoa bem sucedida, casei com uma mulher que realmente me ama, pois ela me conheceu lá na época que eu sofria muito e foi uma das poucas pessoas que me incentivavam.

      Quem me vê hoje não imagina o sofrimento que passei para chegar até aqui. Na minha cidade natal tenho amigos que também sempre colocaram esperança em mim e agradeço muito, já outros faziam questão de me humilhar, me ignorar, me diminuir, quando eu era pobre, hoje e dessas pessoas o que eu quero é somente distância

      Estude, trabalhe jovem, pois a salvação para quem é pobre e estudo e trabalho. Lute com as armas que tem. É dolorido mesmo não ter apoio da família, até hoje uma das poucas coisas que me entristecem é o dia das mães ou dos pais, mas você pode ter outras pessoas que gostem de você, amigos do peito, futuramente uma esposa amorosa e compreensível como eu tenho, e até filhos. Eu falo com minha família mais por educação, ajudo eles, mas não sustento, tenho irmão que me odeia pois eu não sou idiota de sustentar adulto que não quer trabalhar, só viver em festa. Eu por exemplo tenho meu sogro como um pai e admirava muito minha sogra que já infelizmente já faleceu. Mas respeite sua família, nunca perca a paciência e a razão, elas são a chave para o sucesso.

      Sucesso e boa sorte para você, um dia chegará no topo, com certeza. Tenha fé em Deus e em você mesmo. Um dia você vai contar sua história igual o EP faz, eu estou fazendo e outros blogueiros, e muitos vão aplaudir de pé.

      Um braço forte,
      Jorge.

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  12. EP, excelente relato. Parabéns!!!
    Anon 21h59, de uma forma ou de outra, a vida é dura com todos. Embora possa ser mais fácil com uma família bem estruturada (graças ao bom Deus, a minha família o é), cada um é responsável por escrever a sua própria história.
    Se sua mãe dá mais atenção a personagens de novela, cuide dela ainda mais, ame-a ainda mais e não espere dela e de ninguém qualquer reconhecimento, porque dificilmente virá.
    Não interessa o que ela faz pra você. Ela é sua mãe! Honre-a e pronto. Faça a sua parte.
    Vá a luta, mande ver e depois relate ou escreva em algum lugar a sua história. Muitos serão indiferentes, mas outros aplaudirão de pé, como fizeram com a história do EP.
    Você, e só você, é responsável por si mesmo. Para com essa frescura de se matar e vai dar gás!!! Muita luta e muito sucesso aí, irmão!

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    1. Ola anon - concordo com voce. Se nao temos a sorte de nascer em uma familia estruturada, temos também a obrigação de correr atras e tentar melhorar nosso nivel de vida como um todo. Infelizmente, nem todas as pessoas nascem em um lar estruturado (psicologia / financeiramente falando), mas temos de procurar superar essas desafios.

      Um grande abraço,

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  13. Parabéns pela sua jornada EP. Você tem um excelente pai.

    Abraços.

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    1. Ola CI - tudo bem ? Com certeza, eu nao posso reclamar do meu pai. Apesar de termos altos e baixos financeiros em nossas vidas e algumas decisoes que nao considero as mais acertadas por parte dele; ainda assim ele sempre procurou dar suporte e excelentes exemplos. Além disso, ele sempre cobrou resultados e comportamento - e acho que isso esta falho hoje em dia.

      Vejo muitos filhos que nao podem ser cobrados que já fazem um escandalo e parece o final do mundo. O meu pai fez muito bem o trabalho de me preparar para a vida, ainda que diversas decisoes eu acredito que foram equivocadas.

      Um grande abraço,

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  14. Interessante. Aguardando ansiosamente a parte II

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    1. Obrigado Guardião - espero poder fazer a segunda parte da minha trajetoria sem demora.

      Um grande abraço,

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  15. Post sensacional EP, sei que escrever posts longos da bastante trabalho, mas seu blog tem um dos melhores conteúdos da finansfera!

    Eu estou começando minha carreira profissional (com carteira assinada na iniciativa privada, já sofri muito como estagiário ganhando merreca também...) agora, então acabo aprendendo muita coisa com esses posts. Minha experiência não está sendo tão boa nesse início, acabo trabalhando até após as 19hrs constantemente e por muitas vezes acabo dormindo mal preocupado com os problemas e a pressão com prazos no trabalho, mas pelo que eu vejo essa experiência é comum. O jeito é manter o profissionalismo e buscar se qualificar mais pra melhorar o salário e ir em busca de oportunidades melhores.

    Achei bem legal sua historia, fico no aguardo da parte 2! Abraço.

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    1. Ola JP - tudo bem ? Eu acabo demorando um pouco para escrever, as vezes tenho uma ideia legal de algo que aconteceu comigo e nao escrevo na hora e ai acaba passando. Estou tentando começar a colocar lembretes para nao perder essa oportunidade de ir dividindo com o pessoal sobre as situações que venho vivendo no mundo corporativo.

      O inicio de carreira é muito comum acontecer de sofrer um pouco (assim como esta acontecendo com voce), mas tem algo que eu queria comentar: voce mencionou que esta ficando apos as 19:00 e dormindo mal com as preocupações do trabalho. Se eu puder te dizer algo, eu digo que nao siga nesse caminho. Uma coisa é um estagiário ficar eventualmente depois do horario para mostrar trabalho e fechar alguma atividade importante - isso agrega em experiencia (que é o objetivo do estagio); mas outra coisa é voce ficar frequentemente após o horario e aidna elvar essa preocupação com voce e perder noites de sono. Nenhuma empresa vale isso e pode ter certeza que em um momento de muita dificuldade ninguem tem a mesma preocupação com voce.

      Tente absorver o maximo de conhecimento, mas também começar a impor certos limites no horario. E nao leve essa preocupação - isso é para quem tem cargo executivo e ganha bem para se preocupar. Saia do trabalho e vá estudar, jogar bola, ver filme, namorar, etc...

      Um grande abraço,

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    2. Agradeço pela dica EP.

      Realmente tenho que concordar com o que você falou, não vale a pena sair do trabalho depois das 19:00. Quando faço isso já chego em casa super cansado, e acabo não fazendo mais nada de produtivo no dia, acabo lembrando um pouco do Pobretão que constantemente reclamava dos horários que chegava em casa. Na verdade acabo achando super estranho nos dias que acabo saindo as 17:00 porque isso é bem raro, bate até uma sensação estranha (o que não deveria acontecer).

      Mas esse item já está nos meus planos pra 2018, levar uma vida mais balanceada, e conseguir estudar e curtir um pouco de lazer no tempo livre. Agora é so colocar isso em prática...

      Abraço.

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  16. Caramba que historia hein... simples e eficaz...
    Fiz SENAI também e já concomitantemente consegui entrar num curso técnico com ensino médio junto ,mas em algum ponto da minha historia me perdi ,fiquei sem motivação ,trabalha em um ótimo emprego mais comecei a faltar beber não queria saber mais de nada perdi meu emprego e ai não consegui mais nada que prestasse ate que uns anos atrás tive um grave acidente e estou em tratamento ainda ,isso mudou de novo minha percepção de vida , entre altos e baixos estou tentando me manter motivado para me reerguer e esquecer essa década perdida.

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    1. Ola Soldado - tudo bem ? Que história de vida a sua ... nao imaginava que tinha passado por esses altos e baixos. Desejo muita sorte na sua recuperação do acidente. Espero que se estabeleça prontamente e tenha voos maiores nos proximos anos.

      É muito comum as pessoas se perderem em determinado momento da carreira. Tenho inumeros colegas que tiveram os mais diversos tipos de problemas - isso faz parte da trajetória. Claro que temos de tentar eviatar ao maximo repetir os erros das outras pessoas, pois já sabemos os resultados - mas é possivel se recuperar e seguir o caminho com saude, que é mais importante.

      Um grande abraço,

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  17. Muito legal EP. Parabéns pelo post.

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    1. Obrigado anon ... em breve ja colocarei a segunda parte da minha trajetória.

      Um grande abraço,

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  18. Cara, também fiz SENAI... e pelo visto um monte de gente da Blogosfera. Será que foi trauma e todo mundo veio parar aqui, rsss.

    Fiz o mesmo curso que você, também por incentivo do meu pai, que era da área. Apesar de ter sido o primeiro da turma, com notas muito boas, parti para o caminho do vestibular e faculdade. Depois de entrar numa faculdade pública também, mudei de novo o foco e fui para os concursos. E até passar no cargo que estou hoje, com muuuitas dificuldades, eu só estudava. Hoje estou tranquilo, graças a Deus.

    Grande abraço, e que venha a parte 2!

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    1. Ola Poupador - tudo bem ? O Senai é uma excelente escola que abre muitas portas para um jovem conseguir o primeiro trabalho. Acho que deveriamos ter muito mais escolas como SENAI do que faculdades nos moldes que temos atualmente.

      Que bom que conseguiu atingir o objetivo de ser aprovado em um bom concurso - com certeza é algo para comemorar, pois poucos conseguem e exige bastante dedicação aos estudos.

      Um grande abraço,

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  19. Bela história EP.
    Aguardamos os próximos capítulos.

    Abc

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    1. Ola FPI - tudo bem ? Nao vou demorar a publicar o restante da minha trajetória.

      Um grande abraço,

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  20. Respostas
    1. Obrigado Stone - a proxima postagem sai logo, sem demora.

      Um grande abraço

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  21. Um problema meu e o de muitos é olhar o passado e ficar muito triste. Foi chato, foi ruim.

    Mas agora é hora de pensar no futuro como milionário. Melhor aportar bastante e buscar os milhões. Já sei ler um balanço, sei alocar meu dinheiro, então tenho de fazê-lo crescer. Antigamente nem sabia como funcionava a bolsa. Já evoluí nesse aspecto.

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    1. Ola anon - o passada é somente isso: passado. Nao volta mais e nao podemos mudar. Eu também tenho decepções e lamentações do passado. Coisas que poderia ter feito diferente, coisas que acho que eu deveria ter recebido mais apoio, etc...

      Mas nada disso muda o presente e muito menos o futuro. Tem de focar em se desenvolver cada vez mais, ser equilibrado financeiramente e aproveitar as experiencias que a vida nos traz.

      Um grande abraço,

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  22. História fantástica, aguardando a segunda parte.
    Realmente, quem tem uma família estruturada está alguns passos a frente. Nota-se que seu pai é um grande homem.

    Abraço!

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    1. Ola CI - tudo bem ? Olha, meu pai tem uma seria de defeitos que me incomodam. E cometeu muitas ações que considero equivocadas - isso faz parte da vida. Eu com certeza cometi varias ações que meu pai também considera equivocadas.

      Mas ele sempre foi um homem trabalhador e que deu bom exemplo, principalmente relacionado a responsabilidade e como se tornar um homem. Ele sempre dizia que ser homem esta mais relacionado as suas ações e ética do que ter dinheiro - acho que ele está muito correto.

      Aprendi e continuo aprendendo muito com ele e minha mae, alem dos meus avós. Claro que tenho problemas também em familia, mas em geral eu nao queria ter nascido em outro lugar.

      Um grande abraço,

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  23. Porra EP que história hein. Fez-me lembrar meu início profissional: ganhando R$ 70,00 mês. Que fase. Todavia, olhando hoje essa jornada só nos faz dar mais valor a tudo que alcançamos. Abraço!

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  24. bacana seu post E.P.
    eu fiz curso técnico em mecatrônica.
    Isso me fez, tem me dado bastante alegria ter optado por fazer o curso técnico, foi a melhor escolha da minha vida. Agora estou tentando concluir minha graduação em ENG.Eletrica que esta trancada por falta de tempo devido a muitas viagens a trabalho.
    Um abraço meu amigo, bela história.

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