sábado, 24 de agosto de 2019

Quando Penso que Já Vi de Tudo !!!

Olá pessoal - tudo bem ? Eu decidi usar um pouco do meu final de semana para contar algo que ocorreu essa semana e que até o momento ainda nao consegui digerir muito bem.

Eu já narrei por aqui, algumas vezes, a minha jornada no mundo corporativo. Eu sempre tive um misto de sentimentos sobre como as relações no trabalho são desenvolvidas e os perfis mais comuns que costumamos encontrar por ai. Ao mesmo tempo que tenho bastante alegria e gratidão pelas oportunidades que eu tive, pelos cargos que venho ocupando, pela progressão da minha carreira que vem me permitindo oferecer experiencias que eu julgo importante para minha familia; eu também sempre tive uma certa frustração sobre como as demandas sao passadas, pela falta de planejamento, pelas atividades fora do horario normal de trabalho, pela falta de prioridades e o costume de pessoas com cargo de liderança tem de classificar tudo como importante e urgente - mesmo que seja somente uma reuniao para decidir o layout do escritório.

Como eu disse, eu vivo nesse mundo já há bastante tempo e tento manter uma visao um pouco distante ... o que quero dizer é que tento lembrar que eu não sou o Executivo Pobre, cargo tal na empresa tal ... eu sou o Executivo Pobre que está ocupando um cargo tal na empresa tal ... acho muito importante as pessoas nao associarem o que elas são com o cargo em que elas estão e talvez isso ainda me permite ter uma visao um pouco mais empatico sobre as necessidades comuns dos colaboradores. O fato de eu ter começado a trabalhar bem jovem (com 14 anos de idade) carregando caixas e me sujando de óleo - realmente colocando a mão na massa, me permitiu conviver com as dificuldades diárias das pessoas que estão em posições não tão privilegiadas no organograma das empresas.

Mas essa semana ocorreu algo que ainda estou pensando a respeito.

Vou tentar contextualizar para voces entenderem ... o meu chefe teve de demitir uma funcionária porque ela falsificou um recibo no relatório de despesas de uma viagem (vou falar mais disso em uma outra postagem). Essa funcionária era responsavel pelo departamento de logistica da empresa; então meu chefe começou a acumular as atividades ate que ele consiga contratar outra pessoa para esse cargo, uma vez que infelizmente nao temos ninguem na equipe preparado para assumir o cargo. Aqui já fica o registro da primeira falha - a pessoa demitida nunca se preocupou em realizar um plano robusto de sucessão e meu chefe nunca cobrou isso dos subordinados; entao poucas pessoas tem substitutos internos preparados para assumir a posição em caso de uma promoção por exemplo.

De toda forma, meu chefe viajou para o Brasil e ficou por lá por 6 semanas, coordenando a equipe e realinhando as funções e atividades ate conseguir contratar alguem para o cargo que ficou vago.

Durante esse tempo por lá, meu chefe percebeu algo que ja estavamos alertando há uns 4 meses - os parametros de inventario em nosso sistema estavam errados, principalmente os parametros de "reorder point". Por esse motivo, temos diversos materiais com excesso de estoque e outros materiais abaixo do nivel minimo de estoque de segurança.

Meu chefe então criou uma planilha de controle de inventario e atribuiu para a gerente de planejamento a responsabilidade de atualizar os parametros de inventario. Aqui cabe ressaltar dois pontos - primeiro, a gerente de planejamento nao tem experiencia com controle de inventario, e segundo, ela estava grávida e pronta a sair de licença maternidade.

Com toda a situação na empresa e a correria - ela começou a trabalhar mais de 14 horas por dia tentando entender a planilha cheia de conceitos que ela nao dominava. 

E, como sempre ocorre, quando voce não planeja com um minimo de eficiencia, então os problemas começam a aparecer. A gerente de planejamento entrou em processo de parto e o seu filho nasceu de 7 meses (está tudo bem com a mamae e com a criança) - obvio que ela teve de se ausentar da empresa e iniciar a licença maternidade.

E meu chefe ficou novamente com o problema na mao e esta trabalhando ate tarde e final de semana para resolver a questao dos parametros de estoque.

Eu ofereci uma força tarefa com ele e resolvemos esse assunto em dois dias - eu, ele e o gerente de logistica aqui dos USA ficamos trancados na sala e recalculamos todos os reorder points dos materiais e verificamos o estoque atual de cada um dos componentes, atualizamos o sistema e rodamos dezenas de simulações para confirmar que tudo esta funcionando corretamente.

Uma vez problema resolvido - meu chefe resolveu desabafar e começou a comentar como ele achava absurdo nao termos pessoas no departamento de logistica com conhecimento basico para controle de inventario e calculo de reorder point, estoque minimo e maximo e analise de lead time. Até ai ele estava correto e apenas desabafando com a gente.

Mas em um momento ele disse: "Eu nao entendo também a postura do pessoal - voce veja, por exemplo, a gerente de planejamento. Esse trabalho que fizemos, eu pedi para ela fazer e ela nao me entregou nada".

Antes que eu pudesse intervir, o meu colega comentou: "mas ela nao teve um bebe prematuro e saiu de licença maternidade ?"

Meu chefe respondeu: "sim, mas ela saiu de licença, nao saiu da empresa. Ela poderia, por exemplo, ter se oferecido para atualizar a planilha de casa - ja que ela está em home office."

Nós imediatemente replicamos que ela nao estava em home office - ela estava em licença maternidade. E que seria muito dificil ela fazer qualquer coisa do trabalho tendo de amamentar e cuidar de uma crianca recem nascida.

Mas, ai percebemos que ele nao estava sensivel a essa situação, porque ele nunca vivenciou isso. Meu chefe nao viu o primeiro filho nascer porque estava em uma viagem a trabalho (e o filho nao nasceu prematuro ou algo assim); ja perdeu inumeros eventos, aniversarios, comemorações; costuma trabalhar no final de semana; sempre teve baba para cuidar das crianças (nao que isso seja um pecado, mas precisa entender que tem pessoas que nao tem acesso a essa comodidade) e, por ultimo mas nao menos importante, ele nunca entendeu as dificuldades das pessoas comuns porque ja começou sua carreira em um programa de trainee, virou gerente muito cedo (nao que isso seja um problema - tem excelentes programas de trainee que formam excelentes gestores), mas ele nao tem habilidades para gerenciar pessoas.

Fizemos ele prometer nao falar isso fora daquela sala para ninguem - ja que ele poderia ser interpretado de uma maneira que tornariam as coisas dificeis para ele. Ele concordou mas claramente nao entendeu o motivo de estarmos tão "assustados" com os comentarios dele.

Explicamos diversas vezes que seria um absurdo ele sequer "considerar a possibilidade" de a pessoa se oferecer para atualizar planilhas durante a licença maternidade - mas realmente eu acho que ele nao considera um absurdo e estava esperando que a pessoa olhasse como uma oportunidade para crescimento profissional.

Me parece que ele só conhece uma formula de crescimento na carreira - a que ele aplica na carreira dele - e espera que todos sigam a mesma receita.

Nao vou nem entrar no debate das dificuldades que as mulheres enfrentam para conciliar carreira e maternidade - pois isso seria ainda mais dificil de contextualizar e ter uma conversa produtiva.

Mas, realmente, dessa vez o meu chefe me surpreendeu.

Normalmente, eu nao tenho problema com ele. Ja tivemos diversas discussoes no passado e ja conhecemos bem a forma de trabalhar um do outro. Ele gosta de informar e pegar a aprovação de todos antes de executar qualquer atividade (o numero de reunioes e apresentações é absurdo); eu prefiro nao focar nas atividades das pessoas, no horario que chegam ou vao embora ou quanto tempo ficam almoçando; se me entregam os resultados estamos todos bem.

A minha formula vem funcionando bem para mim e a formula do meu chefe funciona bem para ele. Nao podemos negar isso pelo proprio progresso que teve na carreira - mas me parece que ele nao enxerga nenhum proposito ou objetivo maior na vida do que a empresa (e ele não é nem dono da empresa, porque nao investe e nao tem ações do grupo).

O receio é sempre como uma pessoa assim reage, caso em um momento de crise, a empresa decide cortar pessoal e ele está incluido na lista. Como sei que ele tem dividas e nenhuma reserva, o impacto financeiro é gigante; mas o impacto emocional seria ainda mais devastador, pois creio que a pessoa associa o que ela é com o cargo que ocupa. 

Vamos aguardar as cenas dos proximos capitulos.

Um grande abraço, pessoal.

42 comentários:

  1. Profundamente egoísta querer que a gerente desse conta de resolver o problema da planilha após o principal evento de uma mulher. Uma das coisas que fez sair do mundo corporativo foi isso de ser feio ir embora as 18: 00. Abraço Executivo.

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    1. Pior que é verdade, é feio sair às 18h mesmo que não haja nada para fazer ou que seja indiferente fazer naquele dia ou no dia seguinte (ex: o horário bancário já passou, então tanto faz pagar um fornecedor hoje ou amanhã porque o dinheiro só vai cair amanhã; ou o fornecedor já encerrou o expediente, então não adianta mais fazer encomendas hoje, etc.). E aliás, 18h nem é tão cedo assim.

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    2. Se ele tivesse um filho em casa talvez soubesse o "trabalho" que é. Especialmente para a mãe. Ainda mais se for de primeira viagem..
      abraço

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    3. Ola Beto Fiscal - tudo bem ? Realmente o mundo corporativo tem algumas "nuances" que nao faz bem para maior parte das pessoas. Eu mesmo venho tendo problemas ja faz tempo para aceitar determinadas atitudes e práticas. E como dizia o meu já falecido avô: quanto mais dinheiro voce acumula, mais coragem voce tem ... chequei recentemente o meu patrimonio e atingi um importante marco na minha jornada rumo a IF, e realmente vai dando mais coragem de chutar o pau da barraca. Infelizmente, ainda vao alguns anos (talvez decada) para eu chegar no ponto que poderei me desligar totalmente desse ambiente.

      Um grande abraço,

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    4. Olá Mago Economista - tudo bem ? Eu nao sou muito adepto de controlar horarios (tenho colegas executivos que querem ate saber quanto tempo a pessoa fica no banheiro) ... eu prefiro controlar atividades e resultados - se as atividades estao concluidas e com os resultados esperados, entao eu nao me importo com horarios. Claro que isso é sempre perigoso - tem muitas pessoas que pegam essa liberdade e deixam coisas para o dia seguinte, e para o proximo e para o proximo (sempre postergando e procrastinando) e quando chega a data limite tem muito pouco o que se fazer para reverter um resultado ruim. É importante também tomar cuidado com isso - mas, no geral, eu concordo com voce - tem determinadas ações que nao tem como ser executadas antecipadamente, mesmo fora do horario ... como eu sempre digo para meu chefe: voce nao pode ter uma criança em 1 mes, engravidando 9 mulheres ... ainda assim vai levar 9 meses para ter uma criança.

      Um grande abraço,

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    5. Ola Divididendos - meu chefe tem dois filhos. Como eu comentei no texto - ele perdeu o nascimento do primeiro filho, porque planejou uma importante viagem de trabalho no periodo do parto (parto cesariana agendado) - por ai voce ja percebe qual é a prioridade.

      O segundo filho é um caso a parte - e valeria uma seria de postagens só sobre o perfil do garoto e o que faz a ausencia (do pai nesse caso) no desenvolvimento e na formação do individuo.

      Um grande abraço,

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  2. A narrativa até parece fictícia, mas acredito que seja bem comum -- não somente por pessoas com o perfil do seu chefe. Esse tipo de comportamento é típico de uma sociedade machista, que não entende o que é a maternidade, quão perturbador deve ser ter que lidar com a sensibilidade por conta das oscilações bruscas de hormônios da mulher.

    Enfim, o que me conforta é que vc, Executivo Pobre, tem toda essa sensibilidade. Eu já li alguns posts de outros blogueiros de finanças que me deram nojo ao ver a percepção que eles têm sobre as mulheres.

    Eu sempre trabalhei e convivi muito com mulheres e consigo ao menos ter o mínimo de empatia.

    Abração e bom fds!

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    1. Não vejo machismo nessa história e sim uma tremenda falta de sensibilidade e respeito com outro ser humano. Se invés de "A" gerente fosse "O" gerente (passando por uma situação delicada qualquer) o peso seria diferente?

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    2. Enriquecimento Progressivo,

      Também acredito, assim como o Corey, que essa situação caracteriza mais uma falta de empatia e altruísmo do que um caso de machismo. Não é porque uma situação negativa envolve uma mulher que ela necessariamente deve ser considerada machismo.

      E se fosse um empregado, homem, que estivesse em um estado de pós-operatório, e chefe apresentasse essa total falta de sensibilidade? Do mesmo jeito é nesse caso. É justamente por isso que se criou uma imagem estereotipada e negativa dos movimentos sociais, pois a sociedade é incentivada a acreditar, hodiernamente, que todas as relações humanas envolvem, impreterivelmente, racismo, homofobia e machismo. Muitas vezes essas associações, em vez de trazer a igualdade entre os indivíduos, dividem-nos mais ainda.

      Pelo teu perfil, se hipoteticamente essa situação ocorresse contigo, iria acusar o teu chefe de homofobia? Caso seja uma pessoa com raciocínio crítico, creio que não.

      Quanto a esses blogs os quais se refere, realmente são desprezíveis. Mas, felizmente, temos blogs como este do Executivo Pobre, muito bom e respeitoso.

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    3. Ainda o anônimo 21:38,

      Enriquecimento Progressivo, realmente a blogosfera é um caso sério, alguns blogs defendem explicitamente coisas que seriam consideradas crimes, é insuportável ler algumas postagens.

      Leio bastante o seu blog,
      Abraços.

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    4. Qualquer adversidade contra uma mulher é machismo. Contra homem é estatística.

      Deus me livre trombar com chefes assim por aí, e tbm com mulheres que acreditam em uma conspiração universal masculina contra o sexo delas. Essas infelizmente já tive o desprazer de encontrar no mundo corporativo.

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    5. Martelaram tanto na cabeça do povo que tudo virou machismo.
      Realmente tem muita gente toxica principalmente nos comentários de alguns blog, mas temos que entender que muitos jovens estão frustados o pregaram pra eles não condiz com a realidade que estão vivendo, não tem voz e são reprimidos por qualquer opinião ou visão diferente de mundo. Sobra a internet pra falar de suas frustrações onde encontram alguns que vivem os problemas e radicalizam suas posições .

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    6. Entendo as opiniões dos colegas, mas continuo achando que é um caso de machismo sim. Somente quem tem lugar de fala representado por minorias, sejam eles gays, negros, mulheres, sabem o que significa esse tipo de atitude.

      Não dá pra fazer uma análise rasa e afirmar que o chefe do EP teria o mesmo posicionamento se fosse com um homem. O caso que de fato aconteceu foi com uma mulher que acabara de ter um filho prematuro. Vocês realmente acham que nós homens entendemos o que é que acontece com uma mulher fragilizada emocionalmente e fisicamente após um parto? Além de todos os medos e questionamentos com a vinda de um bebê? Sem falar que os primeiros meses praticamente sequer permitem que a mãe durma. Enfim, é muito mais fácil afirmar que o feminismo está contaminando a sociedade e que tudo é feminismo exacerbado. Enquanto a gente não souber se colocar no lugar do outro de forma genuína, vão acontecer preconceitos em todas as esferas, dos mais sutis aos mais graves.

      A propósito, não sou um gay que acha que tudo é homofobia, nem sou frustrado com a minha orientação sexual. Muito pelo contrário.

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    7. Enriquecimento Progressivo, aqui é o anônimo 21:38/21:49.

      Veja como criar uma imagem das pessoas pela internet é uma atitude precipitada - não estou dizendo que você é assim, apenas nessa situação pode estar agindo dessa forma. Você tem absoluta certeza que se fosse um homem no lugar da mulher desse caso, o chefe agiria diferente? Essa certeza ainda não é justificável, pois o chefe, mais que machista, é uma pessoa que não tem empatia, fria e insensível. Quem é assim pode agir de forma igual seja com homens, seja com mulheres.

      Talvez, pelas minhas palavras, você me imagine como um homem branco, racista, homofóbico e machista - talvez "bolsominion", eca. Eu faço parte de uma dessas minorias - que na verdade é maioria - que você citou. Sou pardo. Passei por inúmeras situações desagradáveis, algumas eram casos implícitos de racismo vindo de pessoas brancas, outras não. Isso desde a infância. É crucial sabermos interpretar as coisas ao nosso redor, e não se deixar influenciar com hashtags de twitter. Somente assim as leis de proteção funcionarão corretamente. Quando você acha que tudo que acontece contigo é um "ismo" ou "bia", você começa a virar uma pessoa frustrada. E eu não quero ficar assim.

      Ninguém falou que você era uma pessoa frustrada com a própria sexualidade. Apenas exemplifiquei para defender meu ponto de vista de como às vezes estamos diante de um caso de ausência de empatia ou sensibilidade, e não um preconceito motivado por raça/orientação sexual/gênero. Veja bem, não digo para relevar casos criminais como muitos erroneamente fazem. Mas que em alguns casos como esse que o Executivo Pobre apresentou, não é um caso implícito/explícito de machismo, você entende o que eu quero dizer.

      Soldado do Milhão, concordo em partes mas muitos blogs exageram. Chamam as mulheres por adjetivos horrendos, alguns dignos de serem caso de polícia. Uma coisa é você não concordar com o sistema, a outra, é você virar e simpatizar com criminosos e atitudes criminosos por causa disso. A maioria da blogosfera é assim porque querem ser como o Dan Bilzeran. Procuram mulheres pelo corpo, atribuem notas a aparência dela - mas não querem saber se ela é inteligente, centrada, tem planos para o futuro. Geralmente eles têm raiva se uma mulher os chama de feio ou bonito, mas eles podem fazer isso a vontade com elas. E outra, por mais que digam hoje que não é assim, relacionamentos duradouros dificilmente, raramente iniciam em uma balada ou Carnaval. Dos relacionamentos mais duradouros e saudáveis que vejo, nenhum começou nessa circunstância.

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    8. E mais, eu cresci criado por uma única mulher, meu pai me abandonou. Acompanhei o crescimento de um sobrinho na minha pré-adolescência, sei das dificuldades que uma mulher enfrenta quando está na gravidez, pós-parto e crescimento da criança, ainda mais quando ela é adolescente. Odeio casos de infidelidade e não consigo me posicionar a favor dos homens nesses casos, pois minha mãe sofreu com isso e eu e meus irmãos também. O homem que trai a própria esposa e a faz chorar certamente não tem humanidade. Isso não é atitude de homem de verdade.

      Mas, acredito, que do mesmo jeito que muitos blogueiros altamente preconceituosos culpam as mulheres por toda as desgraças que eles vivem, o novo establishment quer que as pessoas deixem de acreditar no esforço individual de crescimento pessoal e dizer que tudo é contra ela, que ela não cresce por causa do machismo, racismo, homofobia, e por causa do Estado. Ambos estão precipitados.

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    9. Excelente colocação, Anon. No meu caso, além de ser gay, tb sou pardo. Por não ser o gay estereotipado, nunca sofri preconceito em público, mas já passei por situações constrangedoras por conta da minha cor de pele, que nem chega a ser negra. Essas questões são sempre muito delicadas porque até mesmo dentro de nossos "guetos" (não gosto desse termo) existe preconceito (e muitas vezes me deixam ainda mais entristecido do que quando parte de pessoas menos esclarecidas que não fazem parte da realidade gay.

      Ainda assim, mantenho o meu ponto de que muitas atitudes acontecem por conta de heranças que já estão impregnadas na sociedade.

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    10. Ola pessoal - tudo bem ? Eu ate comentei no texto que nao iria escrever muito sobre as dificuldades de conciliar maternidade e carreira porque é um tema realmente bastante complexo. Mas obviamente esse é um tema um pouco atrelado ao debate que eu propus com a postagem - então para esclarecer um pouco mais - na minha opinião, nesse caso especifico, nao existe machismo. Eu vejo sim, uma total falta de bom senso, como ja ocorreu em outros casos que nao relatei aqui.

      Comigo mesmo teve um caso que considero uma falta de bom senso e me arrependo da atitude que tomei ... quando meu filho nasceu, ele ficou na UTI por 12 dias (nada muito grave, mas para nós foi um susto grande). A empresa onde eu trabalho tem a pratica de 20 dias de licença paternidade e eu fiquei recebendo ligações e atendendo reunioes todos os dias. Meu chefe encaminhava as reuniões mesmo sabendo que eu estava no hospital com meu filho.

      Quando retornei ao trabalho (após os 20 dias de nascimento), meu chefe marcou uma viagem para os USA e disse que minha presença era importante pois ja estava em andamento o processo da minha transferencia e iriamos falar sobre projetos que eu seria responsavel aqui - agendei viagem para duas semanas de acordo com a agenda que ele me enviou e vim para cá. Na sexta feira do dia que eu iria retornar, ele veio com um pedido (as 3 da tarde e meu vôo era as 21:00 horas) para que eu ficasse por mais duas semanas pois havia alguns temas ainda para debater e uma reuniao com um outro executivo que estava vindo da Europa.

      Eu alterei os voos (me arrependo dessa decisao - deveria ter retornado para casa) e quando fui alterar hotel, só tinha um disponivel, mas que era 20% acima do limite da politica de viagens da empresa. Mandei a solicitação de aprovação de exceção para ele - e ele ficou enrolando e acabou nao aprovando. Eu perguntei porque ele rejeitou e onde eu iria ficar - ja que estava sem hotel. Ele falou que estava acima do limite da politica e que pediu para eu ver se achava outro hotel (mais distante) mas dentro do valor.

      Resumindo, parei em um hotel horrivel, na beira do aeroporto (barulho horrivel) e que tinha ate barata - tirei foto para mostrar para ele. Fiquei lá no final de semana, voltei na segunda, fiz a solicitação de hotel novamente e mostrei a foto - falei que se ele nao aprovasse eu iria dormir na casa dele ou pegar o voo de volta para o Brasil.

      Mas, o que quero ilustrar aqui é que a falta de sensibilidade é independente de ser homem ou mulher - ele simplesmente nao enxerga outra coisa que nao seja trabalho.

      Um grande abraço,

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    11. E aproveitando que mencionaram o tema de racismo e homofobia - eu me surpreendi bastante com o racismo aqui nos USA. De certa forma é diferente (nao digo que seja maior ou menor) do que o que ocorre no Brasil. Me parece que na maior parte dos casos no Brasil, o racismo é algo ainda velado (comentarios, falta de oportunidades, etc...) mas aqui nos USA me parece algo muito aparente.

      Voce tem regioes que nao entram brancos ou negros, restaurantes ou bares que somente uma das raças frequenta, mesmo igrejas e escolas ... é muito estranho (e obviamente absurdo). Eu sabia da situação antes de vir para cá, mas é diferente quando voce se depara com a realidade.

      Eu nao sofro discriminação por causa de cor de pele - entao nao sei como é sentir vitima de racismo; mas posso afirmar que mesmo para quem nao é vitima de racismo, a forma como a sociedade americana esta estruturada em relação a esse tema é, de certa forma, chocante.

      Um grande abraço,

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  3. EP, fiquei com nojo dessa história. Ainda bem que nunca entrei nesse mundo, esse tipo de coisa não me faz bem, não consigo lidar com gente assim, fico imaginando pelo o que vc já deve ter passado...

    Tb comecei a trabalhar cedo, vim de família classe média baixa com sérios problemas financeiros, convivi com gente de todo tipo durante minha vida inteira de empreendedor e acho que isso me deixou mais "humano", tanto que muito dos meus erros e fracassos foram porque acabei agindo mais com o coração que com a razão, mas quer saber, antes me prejudicar que ser alguém altamente frio e calculista como seu chefe.

    Acho que a galera que já nasceu em berço de ouro deveria se colocar em situações que forçacem a vivenciar o mundo real. Lembrei desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iyEbvehRPhY

    Abraço!

    Corey

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    1. Ola Corey - tudo bem ? Eu concordo com voce - acho que deveria ser mandatorio nos programas de trainee, uma etapa para colocar a pessoa na atividade mais simples e operacional. Deveriam ter de limpar, servir, ficar na portaria, ajudar a descarregar caminhao, movimentar estoque, operar maquinas (no caso de insdustria), trabalhar em turnos diferentes e final de semana, setor de atendimento ao cliente (para ouvir reclamações) ... tudo isso para entender como é o dia a dia das pessoas que trabalham nessas atividades e criar um entendimento maior do negocio antes de sair tomando decisoes baseado em algum plano de gerenciamento que gurus da administração criaram.

      É o tipico caso do meu chefe - fez um programa de trainee e ja virou supervisor. Ou seja, começou a liderar pessoas sem ter o minimo preparo e vivencia para isso. Mas o mundo corporativo esta cheio de casos como esses.

      Muito legal o video - nunca tinha assistido. Vou usar ele em algumas reuniões com certeza.

      Um grande abraço,

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  4. História chocante, executivo! Não duvido nem um pouco dela, pois Já passei por uma parecida: ouvi um chefe meu, de um emprego que tive no passado, debochando de um funcionário que tinha tirado o dia de folga por estar de luto (a avó dele tinha morrido, eu acho), chamando ele de frouxo e dizendo que não se dedicava o suficiente, porque para ele (meu chefe) essas coisas não significavam nada, uma vez que ele tinha saído de casa bem jovem (ele odiava os próprios pais, então achava que ninguém devia ligar pra própria família). E o engraçado é que ele como chefe era até gente boa,mas tinha essas opiniões estranhas...
    Forte abraço!

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    1. Ola Mago Economista - tudo bem ? Eu conheço executivos com esse perfil - acabam se distanciando da familia e carregam todo esse peso para o trabalho e nao aceitam quem coloca a familia como prioridade. Dentro da lista de arrependimentos que eu tenho - esta também o fato de eu ter perdido 3 avós (duas avós e um avô) em menos de um ano e nao tirei nenhum dia de licença para poder ter tempo para reviver os bons momentos que tive com cada um deles.

      Um grande abraço,

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  5. Realmente esse chefe é totalmente indiferente a situação alheia. Como o Corey falou, algo típico de quem tem berço. Vejo muito isso na blogosfera, os que vieram de classe média acusam aqueles que passam por dificuldades de chorões, bundões e vitimistas (experiência própria). Infelizmente a falta de empatia só aumenta nesse mundo, eu definitivamente não teria cabeça para ser do mercado corporativo. É algo muito difícil de lidar e, infelizmente, quase tudo o que você deve fazer é com segundas intenções, na esperança de uma promoção ou salário melhor.

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    1. Ola anon - tudo bem ? Sim, existe muitas pessoas que nao tem consideração pela situação dos outros. Acabam agindo como se todos tivessem as mesmas oportunidades e condições de preparo que eles tiveram.

      Mas também acho interessante o exercicio do contraponto ao que voce comentou - da mesma forma que tem muita gente na blogosfera que "acusam" os demais de serem vitimistas - a reciproca é verdadeira. Tem muitos que realmente sao vitimistas e reclamam de nao terem tido sorte na loteria genetica e terem nascido em familias ou paises sem muitas oportunidades de desenvolvimento - mas nao se esforçam em estudar, em trabalhar, em buscar segunda fonte de renda, etc...

      Acho que temos um pouco de tudo por aqui !!!

      Um grande abraço,

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  6. Quando vejo posts assim (e os comentários acima) só passa uma coisa pela minha cabeça: o Pobretão SEMPRE teve razão.

    Que nojo desses chefes tetinhas com bafo de café que acham que o universo giram em torno deles e da empresa, que a vida é só essa patifaria do ambiente corporativo.

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  7. Pior que esse perfil é o que tem mais chance de crescimento nas empresas,esse é o perfil por exemplo que AMBEV gosta.
    Eu tenho muita empatia pelo outros mais tento me controlar para não pegar os fardos dos outros para , coisa que fiz muito , assumir responsabilidades e o "dono do problema " tirar o corpo fora ou fazer corpo mole por eu estar ajudando.
    Abraço

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    1. Já ouvi falar desse perfil "animal workaholic" por parte da AMBEV tbm. Imagina o inferno que é trabalhar com gente assim pra qualquer lugar que vc olhe ao redor.

      Cada vez gosto menos dessa empresa de sucos de milho.

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  8. Executivo Pobre, parabéns pelos seus textos! Suas histórias e experiências relatadas são muito envolventes para quem não é do mundo corporativo. Tenho uma humilde sugestão para ti: o que achas de fazeres um texto sobre as principais diferenças/qualidades/defeitos entre os trabalhadores brasileiros e os estrangeiros. É verdade que os brasileiros são mais criativos e inventivos em situações inusitadas e os anglo-saxões são mais "play by the book"? Lembro que uma vez comentastes sobre a inabilidade de um colega brasileiro em ouvir um colega inglês, o que acabou aborrecendo-o. Uma outra coisa que me chama muita atenção quando viajo pelo mundo e interajo com estrangeiros, é que nós, brasileiros, sentimos um certo prazer em falar mal dos outros (o curioso, é que se olharmos em perspectiva, isso nem nos chama mais a atenção). Por outro lado, percebo que os estrangeiros são extremamente cautelosos e evitam ao máximo fazer comentários negativos sobre os outros. Abraço e sucesso! Continue postando!

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  9. Muito bom post Executivo.
    Podemos tirar várias coisas desse texto.
    Primeiro ponto, de modo geral ninguém está nem aí pra ninguém, nem mesmo colegas de trabalho mais "chegados" muitas vezes se importam de fato com o outro, isso vai muito além de questões laborais ou do mundo do trabalho, na verdade a maior parte dos humanos funcionam assim.
    Em muitos países há uma cultura workaholic que faz com que esse tipo de situação seja ainda mais frequente. Mesmo no Brasil tem muita gente com esse perfil.

    Segundo Ponto: Tem muita gente, muita gente mesmo que confunde sua identidade pessoal com o cargo ou profissão em que atua, a pessoas passa a se ver como o Dr. ou o Chefe ou profissional "fulano de tal", principalmente que tem muitos anos de profissão.
    O que ao meu ver é uma tremenda besteira, tanto que tem muita gente que literalmente perde o chão quando é demitido ou se aposenta, o cara não sabe mais o que fazer da vida e não aceita o fato de perder o emprego.
    TODO O EMPREGO É TEMPORÁRIO e nenhuma empresa não nos deve nada além de suas obrigações trabalhistas ou contratuais.

    Terceiro Ponto: VAIDADE, tem muita gente que deixa o ego dominar ao ter em suas mão um cargo de médio ou alto escalão. Os caras passam a viver numa realidade paralela, acham que estão sempre certos, querem ser sempre os destaques, acham que subordinado são apenas peças e que não sabem nada, estão ali só pra cumprir ordens sem o direito de pensar.
    E só pra variar esses nunca erram, empurram as responsabilidade de erros ou mal desempenho pra tudo e todos, menos sí mesmos.

    No trabalho o que deveria ser cobrado é profissionalismo. Trabalhar com pontualidade dentro das horas que fazem parte da sua jornada. Ficar até tarde, hora extra, deveria acontecer só em casos de muita necessidade.
    Querer transformar funcionário em funacionário 24 horas é o fim da picada, trabalho é dignificante, mas é um meio, não deveria ser um fim.
    Temos que ter equilíbrio para que não queiram fazer de nós, máquinas e achar que isso é o supra sumo da realização pessoal e eficiência.

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  10. Já vivi situações parecidas de gestores que reclamaram de pessoas que não ofereciam ajudas "fora do normal". Tal ambiente é muito comum em consultorias de tecnologia, talvez na visão desses gestores seria meio que uma "troca" pela remuneração maior que a média de mercado.

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    1. Ola Investidor TI - tudo bem ? Eu nao conheço muito do ramo de tecnologia - sempre trabalhei em industria de base, se posso assim dizer. Mas ach oque gestores pensando que sao donos do negocio e que a empresa esta fazendo um favor para o funcionário em pagar o salário - isso sempre existiu.

      Um grande abraço,

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  11. Olá, Executivo Pobre,

    O sistema capitalista permite que qualquer pessoa compre REITS, receba muitos dividendos em dólar, e vá viver na Tailândia com uma excelente qualidade de vida. Existe também a possibilidade de se comprar boas ações e ganhar muito mais dinheiro.

    Todos arriscam muito na vida. Mulheres morrem no parto, ficam mais gordas, ficam mais chatas, conseguem estrias, são chifradas pelos maridos por causa do nascimento dos filhos. A vida envolve riscos. Seu gerente pode vir a ter filhos viciados, uma família toda desestruturada, pode vir a falir num caso de demissão. Ele fez a escolha. Podia ter estudado análise fundamentalista para ganhar dinheiro na bolsa. Mas quis ser um grande executivo.

    Quem escolhe ter filhos sabe que vai gastar mais, vai ter muitos problemas, vai correr mais riscos em todos os aspectos da vida. Foi escolha pessoal dela ter filhos, os adultos devem sofrer e aguentar os problemas da vida por causa de suas escolhas.

    De outro lado, alguns investidores estão curtindo a aposentadoria aos 40 anos, sem aturar rotinas chatas. Um exemplo é o blogueiro americano Mister Money Mustache; o www.mrfreeat33.com está morando na Tailândia com custos baixíssimos e excelente qualidade de vida. No Brasil temos o SR IF 365 que, sabiamente, não quer ter filhos e já curte a aposentadoria.

    Em relação à vida, acho mais sábio aportar bem forte para poder ter mais tranquilidade. Quem apoia o sistema tem de estudar investimentos para poder se dar bem. Do contrário vai correr risco de sofrer muiiiiiito.

    Abraços.

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    1. "morando na Tailândia com custos baixíssimos".
      Se qualidade de vida é viver na Tailândia, tô hiper fora.
      Prefiro o Brasil mesmo.

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    2. "Foi escolha pessoal dela ter filhos, os adultos devem sofrer e aguentar os problemas da vida por causa de suas escolhas." - isso não quer dizer que ela deve trabalhar na licença maternidade.

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    3. Ola anon 12:01 - tudo bem ? Eu entendi seu posicionamento de evitar ter filhos e aportar forte para conseguir a IF o quanto antes possivel, atraves de bons investimentos feitos atraves da analise fundamentalista; ou seja, se tornado socio de boas empresas.

      Apenas uma coisa que eu me pergunto - porque sera que a maioria das pessoas com alto patrimonio, sao casados e com filhos ? Porque será que eles nao seguem a receita que voce mencionou e mesmo assim chegam a excelentes resultados ?

      Isso é bem curioso !!!

      Um grande abraço,

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    4. E só para constar - eu concordo com o Corey. Ela decidiu ter filhos e esta lidando com isso - esta amamentando, passou pelo parto, esta acordada a noite, trocando fraldas, comprando as fraldas, etc... mas isso nao quer dizer que ela tenha de trabalhar na licença maternidade.

      Isso é uma questao do gestor tem consciencia e respeitar a lei.

      Um grande abraço,

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  12. Num estágio, aprendi a seguinte frase: "empresa não é instituição de caridade".

    O Trump provou ser um excelente e magnífico pai.Num documentário sobre herdeiros bilionários, disponível no Youtube, a filha mais velha dele afirma que aos 5 anos de idade ele ensionou que devemos casar e/ou separar MOTIVADOS por DINHEIRO!!!!

    A classe A sempre casou por dinheiro. Essa é uma das maneiras corretas de se fazer mais dinheiro.


    Sua colega é beeeem ingênua por achar que está no paraíso da classe média. As empresas fazem dinheiro, não fazem bebês. Muitas mulheres ficam estagnadas na carreira por terem filhos.


    A vida é boa, mas custa dinheiro.

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    1. "Muitas mulheres ficam estagnadas na carreira por terem filhos." - mais pura verdade e infelizmente não tem como fugir disso, filhos irão sim atrapalhar a carreira da mulher, porém essa é uma escolha. Se a mulher escolheu ter filhos deverá ter consciência que sua carreira será atrapalhada e não há nada de errado com isso. Homens fodem suas carreiras e suas vidas com decisões estúpidas todos os dias, ter um filho e cria-lo do jeito que tem que ser ao menos não é estúpido.

      Não existe igualdade de sexo, isso jamais exestirá e nem tem porquê existir.

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    2. Ola anon - tudo bem ? Eu acho que voce tem razao em alguns pontos e acho que misturamos um pouco os conceitos em outros pontos. Com certeza a empresa nao é instituição de caridade (tem algumas que são) ... mas a empresa nao faz caridade nenhuma em respeitar o periodo de licença maternidade, assim como o funcionário nao faz caridade nenhuma em respeitar o horario de trabalho. Todas essas coisas sao estabelecidas em contrato - e no caso da licença maternidade os tramites sao estabelecidos em lei.

      Nao acho que o Trump seja um excelente pai - mas isso ja é meu julgamento pessoal. Talvez (e provavelmente) a filha dele discorde da minha afirmação. Quando eu conheci minha esposa, ela (e a familia dela) tinha muito mais dinheiro do que - na epoca eu estava recem formado e desempregado.

      Hoje, eu tenho um patrimonio maior do que o dela - mas se ela pensasse igual o Trump, ela nao teria casado comigo. Talvez eu teria casado com outra pessoa que nao necessariamente iria me ajudar da forma como ela ajudou. A questao de relacionamento é sempre bastante polemica - ainda acho que o melhor é casar por afinidade e com separação de bens - nao importa o tamanho do patrimonio.

      Agora, realmente as mulheres levam uma desvantagem no mundo corporativo por terem filhos - esse é um problema que nao vejo muita solução no curto prazo.

      Um grande abraço,

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    3. Ola Corey - eu concordo com voce e com o anon quando colocam que a carreira da mulher é um pouco prejudicada a partir do momento que tem filhos. Em alguns paises isso já nao é mais uma realidade (paises Nordicos, Holanda, etc...) pois as mulheres retornam ao trabalho muito rapido e a licença é aplicada ao pai e a mae ... as questoes escolares acabam refletidas para os dois.

      Mas estamos falando de sociedades totalmente diferentes do que estamos acostumados - e mais igualitárias. Nao vejo isso acontecendo de forma global no curto prazo (nem no longo prazo). Essa é uma variavel que tem de ser considerada antes dos casais decidirem ter filhos.

      Mas isso nao justifica a atitude do meu chefe - licença maternidade deveria ser respeitada e nao ficar bravo com a funcionária porque ele nao planejou direito a organizaçao para ter um substituto - o bebe nao nasce de um dia para outro - mesmo no caso dela, que teve um filho prematuro, levou 7 meses.

      Um grande abraço,

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  13. Ólá, qual a sua opinião em relação a pós graduação, MBA, vc tem? Vê isso como algo necessário?

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    1. Ola anon - tudo bem ? Sim, eu tenho dois mestrados e acho necessario caso voce queira trabalhar no mundo corporativo em cargos mais altos. Eu acredito que conhecimento sempre é importante; mas no caso do mundo corporativo ainda existe um fator adicional que é o processo de seleção - quando voce esta competindo com outros candidatos e o pessoal esta analisando somente o papel (CV), voce tem de apresentar alguns diferenciais para ser considerado para entrevista ... o diferencial pode ser a educação formal, pode ser o historico de resultados, pode ser o nome (grife) das empresas onde trabalhou, o tamanho do time que gerenciou ou o eu poder de decisao em determinada empresa ... mas de todos esses diferenciais, o unico que fica com voce é o seu conhecimento e por isso eu sou muito fã de pessoas que procuram estudar sempre que tem oportunidade.

      Um grande abraço,

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